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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

FATOS ESTRANHOS



           Cronistas são assim mesmo, como verdadeiros espiões do cotidiano vivemos fuçando aqui e ali, fatos que mereçam ser contados aos nossos leitores.
Claro, que acrescentamos um pouco da nossa criatividade, um pouco de lirismo, uma boa pitada de humor e, até quando dá, um pouco de mistério.
           Na maioria das vezes, fatos de nossas próprias vidas, das nossas experiências, são o prato principal, para verdadeiras obras primas, que às vezes nos informam sobre hábitos regionais, nos encantam pela criatividade poética e, em muitas ocasiões nos fazem morrer de rir.
           Temos aqui em nosso Recanto, alguns especialistas nestas aventuras literárias, e eu modestamente tento me igualar a estas figuras exponenciais de nosso querido cantinho, e para tanto passo a contar um fato verídico, que aconteceu comigo há muitos anos atrás.
           Os que teimam em acompanhar os meus textos, devem ter notado que eu tenho uma verdadeira fixação pela lua, pela madrugada e pela solidão, talvez por ter sido filho único, ou por algum complexo inexplicável.
           E por ser amante das madrugadas enluaradas, tinha a mania de vaguear pelas praias, a pé e sozinho, admirando a lua derramando seus raios prateados pelas ondas que deliciadas molhavam meus pés descalços.
            Em uma dessas solitárias incursões, de longe, junto às pedras, avistei um vulto de mulher sentada, da qual fui me aproximando lentamente até perceber uma linda cabeleira negra que adornava um belo rosto com semblante um tanto enigmático. Malandramente lhe fiz um galanteio e, como ela nada disse, apenas sorriu, sentei-me ao seu lado e tentei da melhor forma possível entabular uma conversa meio sem graça.
           Para a minha maior surpresa e satisfação, ela de repente, olhou-me nos olhos e sem o menor constrangimento, beijou-me com tal voracidade e desejo, que me encheu de um tezão enorme, e sem que eu tivesse controle da situação, minhas roupas foram quase arrancadas do meu corpo suado, e num estado quase febril, nossos corpos se acoplaram, como se fossemos o côncavo e o convexo, e nos amamos freneticamente, como se nossas vidas dependesse exclusivamente disso para continuarmos a existir. Acordei do êxtase e a vi deitada, com seus cabelos compridos encobrindo os pequenos seios ainda entumecidos pelo desejo e  afloravam entre eles. Com uma voz um pouco rouca disse-me que estava com muita sede, e pediu-me que lhe arranjasse um pouco d’agua. Lembrei-me que havia passado por um quiosque, a uns duzentos metros de distância. Vesti-me apressadamente, beijei seus lábios entreabertos e rapidamente dirigi-me quase correndo ao quiosque e pedi uma garrafinha de agua mineral sem gás, paguei e voltei apressado.
           A lua, talvez encabulada pelas cenas fortes que acabara de assistir, estava meio rosto escondida, atrás de uma nuvem, dificultando um pouco a visão da minha inesperada amante. Fui me aproximando devagar, e para a minha surpresa, não conseguia enxergá-la. Talvez esteja entre as pedras? pensei, já um tanto aflito. Em vão procurei por longos e intermináveis minutos. Achei suas pegadas na areia que se encaminhavam para o mar e, simplesmente desaparecia.  Amei um ser mitológico?

3 comentários:

  1. Ciro, se você amou um ser mitológico, não sei, mas sua história foi muito bem contada.
    Parabéns!

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  2. Passei por aqui, para dar uma olhada...
    Eu volto!
    ♥Se esquecer, faça-me uma visita e me lembre!

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  3. Excelente definição de ser crônista ... bela história! Um abraço amigo.

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