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quarta-feira, 13 de junho de 2012

Moralidade caduca


Eu ando muito antenado com o rumo que as coisas estão tomando. O mundo atual perdeu todo o romantismo, todo o lirismo, toda a moral.
O amor já teve um toque sagrado, a magia de uma inutilidade deliciosa, curtida a ponto de nos tirar da vida comum. Não existe mais o amante sofrendo da mais profunda solidão, não existem mais Romeus nem Julietas, nem as serenatas cantadas para as amadas que suspiravam nas sacadas, nem o “até que a morte nos separe”. O ritmo acelerado da modernidade atual fez o amor tomar outro rumo, o vil metal contabilizou o amor, matando o seu mistério impalpável.
A publicidade acabou derrotando o amor, demonstrando em propagandas o shampoo das estrelas glamorosas, o sabonete que seduz, a cerveja que é devassa, a uma obscenidade flutuando no ar o tempo todo, uma propaganda difusa do sexo impossível de cumprir.
Mas confesso envergonhado, que não sei bem se sinto saudades do passado, ou vivo a falta de vergonha do presente. Antigamente o homem quase tinha verdadeiros orgasmos quando via uma perna cruzada, colocando a mostra um joelho bem torneado, e a sua imaginação fazia o resto. Quantas unhas rachadas tentando pegar peitinhos protegidos por soutiens inacessíveis, ou abaixar calcinhas intransponíveis.
Hoje as mulheres estão expostas em sites pornôs em todas as posições possíveis e imagináveis, fazendo coisas que só eram admitidas em câmaras secretas, ou em apartamentos devidamente alugados para esta finalidade amorosa. O amor virou um objeto de consumo, um fast Love, como diria o cronista Arnaldo Jabor.
E aí eu pergunto para os que viveram a época de um amor cortês e duradouro, e vivem hoje a realidade de um amor programado para durar pouco. Será que realmente prefeririam os amores impossíveis, aos suicídios de formicida com guaraná, ou preferem viver nesta profusão de mulheres nas ruas e na Internet, sempre dispostas a fazer sexo a todo instante, basta clicar.
Eu não sou um amoral, nem tampouco um moralista antiquado que vive chorando por amores impossíveis, mulheres utópicas. Sou muito bem casado a mais de 40 anos, sempre com a mesma e querida mulher. Mas que a coisa hoje em dia está muito mais fácil pros mais jovens, isto está!
Estamos virando objetos de consumo, e precisamos aprender a amar de novo? Ou deixamos que a obscenidade reinante nos envolva com seus tentáculos provocantes...