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quarta-feira, 20 de abril de 2011

A Busca.


Quisera eu um dia ser capaz de escrever a poesia definitiva e concreta, que satisfaça o meu ego insaciável na busca da poesia plena e inquestionável, não aprisionada a aridez da métrica e completamente independente dos perversos grilhões da rima; Uma poesia substantiva que falasse sobre a complexidade da vida e a simplicidade da morte, que descrevesse com singela beleza coisas simples, tais como escreveu Sheakspeare ao dizer: “O vento sentado no mastro, enfunava as velas docemente”; Ou conseguir enxergar “a terra que gemia de prazer ao ser pisoteada pelos cascos dos corcéis em louca disparada”, de Guimarães Rosa; Quisera me livrar dos adjetivos estéreis e massificantes, dos personagens conhecidos e das imagens repetitivas, da poesia equacionada e lógica. Quisera ver o mundo com todas as cores e matizes como os da criação, não um mundo cor de rosa ou cor de chumbo, contrastes amplamente conhecidos e divulgados; Quisera ver um mundo diferente, de uma forma terna e simples, mas substantiva, de um lirismo insano, mas insofismável, quisera ver o mundo como somente os loucos e os verdadeiros poetas vêem.

Sonho Impossivel?


                                                                                                               
            Noutro dia dormindo como de hábito, isto é, como uma pedra, lá pelas tantas da madrugada, comecei a sonhar que estava acordado, com uma insônia de fazer inveja a guarda de presídio de segurança máxima, aliás, com Fernandinho Beira-mar lá dentro. E como todo cara com insônia que se preze, rolava de um lado para outro da cama sem conseguir achar o sono perdido, até que num rasgo de inteligência genial, tive a original ideia de contar carneirinhos para ver se o maldito sono chegava. Como todos os carneirinhos de desenhos animados, os meus também eram branquinhos e apareciam saltitantes num gramado verdinho e pulavam uma cerca de madeira também branquinha, um a um e desapareciam por trás das cortinas do meu cérebro. Estava eu, lá pelos trezentos e tantos carneirinhos, quando um deles com cara de carneirinho sindicalista, empacou e não pulou a cerca, e com as mãos na cinturinha peluda, (aliás, gesto que na hora achei não muito digno de um carneiro para aparecer no meu sonho), começou a convencer ao carneirinho que vinha logo atrás dele que não pulasse também. Logo, logo, vários carneirinhos já estavam agrupados, e o carneirinho sindicalista apressou-se em subir na cerca de madeira e começou a balir em autos brados, (será que isto está certo?) sobre a vida absurda dos explorados carneirinhos dos sonhos destes seres humanos que não tem coisa melhor que fazer do que contar carneirinhos para dormirem.
            Nem é preciso dizer, que eu acordei assustado com toda aquela confusão, e totalmente desperto, custei um pouco para perceber que na realidade eu tinha tido um sonho engraçado e bastante inusitado e com isto, tinha conseguido na realidade uma bela e realíssima insônia. E como todo o cara com insônia que se preze, comecei rolar de um lado para outro da cama, até que de novo resolvi contar carneirinhos para ver se o sono chegava. Consegui visualizar o gramado verdinho e a cerca de madeira branquinha, mas, cadê os carneirinhos que não havia meio de aparecerem. Eu acho, que o carneirinho sindicalista acabou por convencer aos outros a entrarem em greve por tempo indeterminado;
            Soube mais tarde, em outro sonho, que eles já tinham fundado a CUCT, (Central única de carneirinhos trabalhadores) e tinham como reivindicações principais, melhores condições de trabalho, isto é, que as cercas dos sonhos fossem mais baixas, férias, 13º salário e adicional noturno, porque afinal de contas, geralmente só trabalhavam à noite.

Poema de um sobrevivente


Não consigo entender como falar de amor como o “sentimento maior”, se as pessoas pensam que ele pode ser adquirido como um vírus da dengue ou pode ser achado ou comprado num shopping, na farmácia, ou até mesmo numa destas lojas de conveniência, e pode ser pago à vista, ou no cartão de credito em três vezes sem nenhum acréscimo. O amor que eu conheço, tem que ser conquistado a guisa de um esforço enorme e reforçado dia a dia com palavras de afeto e gestos de muito carinho, e não um sentimento que pode ser descartado depois de ser usado e abusado.
            Não suporto mais ouvir falar em Constituição, Leis, Códigos Penais, Civis e outros códigos e leis, que acho, foram feitas unicamente com a finalidade de serem desrespeitadas, infringidas, burladas, esquecidas; Até que a total falta de Leis, vire a única Lei vigente e insofismável.
            Não aguento mais ouvir falar de política ou de políticos com suas cabeças estéreis e de seus projetos inconsistente, inconsequentes; E quando viram Leis são Leis, idem, idem, idem...
            Não consigo lembrar do passado como algo que tenha alguma ligação com o presente e muito menos com o futuro, se é que ele existe, pois o futuro é abstrato, ainda vai existir. Como posso entender a história, se eu não vivi o presente do passado e não consigo acreditar nas estórias de um pretérito perfeito, ou muito menos em um pretérito mais que perfeito. Como posso aconselhar a alguém, se eu mesmo não sei lidar muito bem com esta vida sem parâmetros, sem estrutura definida e sem conceitos aceitáveis e unânimes.
            Fica quase impossível entender este pequeno grande mundo da globalização, da Internet, dos celulares, dos CDs, dos Dvds, dos clones. Não sei mais se devo fazer um Down Load, ou devo dar um imput, para reiniciar a minha máquina, que de tão sobrecarregada de informações, precisa urgentemente ser passado em mim, um Scam Disk, para rearrumar meus neurônios que totalmente desorientados, já andam se esbarrando; Ou se devo me utilizar emuladores como remédios eficazes não sei bem pra que. A verdade é que já pensei em delatar-me num suicídio cibernético espetacular e viver como uma sucata de computador, sem serventia. Um simples vegetal eletrônico e virtual.